Sonho em me aculturar
por um contato estreito
com um amigo primitivo,
porém não consigo achar
o sujeito de estudo vivo.
E entretanto,
infelizmente,
há mais morto
do que vivente
e posso herdar,
na era moderna,
somente a cultura
daquele velho horto
escrita na caverna-lar
que figura em seu canto.
Ir pelo bonito sítio
rupestre
repleto de estranhos
petróglifos
a céu aberto e parcialmente
submerso
em afloramentos rochosos
areníticos, graníticos.
Ler em páginas de pedra
os sonhos esquecidos,
fotodocumentados,
georreferenciados,
uma vez escritos diante
do fogo
no escuro antigo do
tempo.
“A arte primitiva requer
restauro?”
“De origem indígena
pré-colonial,
é a forma pré-histórica
de comunicação visual
alheia a nossa era
pós-histórica?”
“As linguagens
gráfico-simbólicas
da comunidade autora
serão tão hiperbólicas
como uma nova arte
promissora?”
Interrogava-se o Saussuressauro.
Na caverna
nada o-
mito.