Cercam-te meus olhos:
dupla são de violadores.
De tua sombra espreito:
nosso intervalo é casto.
Escondem-se escolhos:
assim são os amadores.
Enrosca-te o meu peito:
é negra rede de arrasto.
Acaricia a minha cabeça:
não tenho bolas de cristal.
Nos cabelos há segredos:
puxa pois não me zango.
Falo o que logo endureça:
lubrificado escuto o canal.
Nós chupamos os dedos:
igual a ossinhos de frango.
Direciona minhas cochas:
corcéis de tua carruagem.
Guiam-te os meus braços:
trilhos para a tua viagem.
Beijam-se as bocas roxas:
completam-se os espaços.
Tocam-se nossos genitais:
virtuoso gemer de oboés.
Incorporam-se dois sexos:
fazem-se amor possessos.
Lâmpadas mágicas os pés:
que sempre desejam mais.