com todo o seu verso deitado
nos lençóis em folha
essa musa de palavra dada por
literatura
cumpriu ser despida de
prosa
e lida ao pé da letra da cama
da página à escolha
porque é bem feita de
metáfora a gostosa
a olho nu tesuda poesia
pura
penetrável por todos os lados
e em todos os sentidos obscenos
com ritmos e metros rimados
é uma heautontimoroumenos
se joga como um lance de dados
prova em si todos os venenos
o mar íngreme das
escaladas
no trajeto do sol de
lentejoula
a eclipsar réplicas
lar de líquenes as
namoradas
cujo muco e dialeto de
crioula
entendo no dente
um par de ímpares
baforadas
no suco concreto de
papoula
para o ápice épico
e cada quase êxtase
conjurado no sexo
dentre as rugosas
separa lisa se paralisa
no pau do amado em anexo
quando com todo teu ventre
gozas
essa frase com ênfase que te
simboliza
em delírio curtido em
martírio invertido
na luminosa figura na
numinosa altura
da macabra queda da cama
quebrada
Eu gosto. Gosto das imagens. Gosto do ritmo, dos neologismos. Mas em geral acho que as palavras fortes, cruas, devem ser usadas com mais cuidado, senão enfraquecem o poema.
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