Intervalo vazio.
É ataraxia
entre dois
clichês,
hiato entre
tédios,
menos que
espaço: vírgula.
E mistério em plena deriva: zona branca
posterior à calmaria que sucede a ação,
anterior à angústia que antecede a ação.
Ato entre o
lastro e o impulso,
modo do gesto
que é quase efeito
no momento
crucial das peripécias, avulso,
ou movimento
essencial entre duas inércias do peito.
Sucessões de cessações das sensações
aptas a jazer entre um não e o não ser,
é espesso espaço, portanto. Existe ali.
Indisposição sutil para o cada vez menos vago, logo à frente,
para o pouco indulgente, para o que há devagar tão abstrato.
Lassidão com que lá se dão o algo, o impreciso e o reticente.
Interstício entre sonho e sonho, é longa pausa para o não-ato
ou dolce far niente.
Primeiro
conceito de lazer do mundo, a própria Poesia a apoia.
Superfície que
ascende preocupada em fazer crescer seu fundo,
a preguiça sequer boia.
Nada a fazer.
Um dos lugares mais bonitos de SP. Um tanto inspirador mesmo.
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