TRANSATRAVESSADOS

18 de setembro de 2012

E aqui, Pedro?



Há pedras para tudo. Há pedras para a pedrada,
para o ludo, o castelo, para a planta.
Concreção, cálculo, droga e granizo.
Pedra que cinzelo e ninguém levanta.
Reificação e vínculo ou broca e aviso
que quieto marreta o poeta concreto. Paraonde?
Gema rara, preciosa. Signo, suponho.
Pedra montanhosa ou para o tropeço.
Pedra de açoite que fidedigno sonho: rocha chã,
desabrocha meios e mães do avesso.
Como seios de noite, pães de manhã.
Pedra do mundo! Ó pedra de pedras,
atirada de lá de trás. O que atingirás? 


4 comentários:

  1. Pedras no caminho da minha leitura foram encontradas e caíram no peito com o som surdo e puro da magia da poesia!
    Parabéns!

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  2. Penso que esta pedra atingirá ou pretende transcender a dureza do real.
    Matéria extremamente difícil para um poeta, afinal, há pedras para tudo!
    Belíssimo poema!

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