para
Claudio Willer
“Sweet sweet sweet sweet bulbs grow in m' latest garden
[...] Come talk freely in the garden of m' lady“
[...] Come talk freely in the garden of m' lady“
CAPTAIN
BEEFHEART
saio do museu da minha língua
quando disso ouvi meu
pensamento
dissolutamente e dissolutamente
a ascender os pulmões com
pirulitos de câncer
nos foguinhos azuis de
bumba-meu-blues
em meus fones de canção e olvido
com que cruzo o rush com a avenida na garganta seca
de uma idade relativa a doar
aos pobres que abundam e podres
moribundam
antes d’eu penetrar no público dédalo
da provocação
o Jardim da Luz e vírgula
a me reiniciar na verdade do Já
alascincodelatarde
quando me corto em particípio
sentido horário
a tentar pescar com minha vara
de água
naquela velha agádoizó o que os
dois olhos não agarram
já aquela se volatilizou do brusco
buraco do silêncio
que estes meus furolhos
lacrimais alamedram
entre as árvores altissonantes do
vento gerúndio
das fagulhas-farpas que nos
farrapos são caos e efeito
a encenar um incêndio teatral
de trovões e fosfenas
quando me vira a cara o busto-fantasma
do risorgimento
que me faz farra ou pilha
como o peixe solúvel que é este
Garibaldi
coroando o paisagismo nouveau d’outras
fontes
se com isso tutti importas giratórias da recepção
na ágora ou nuca da sua cabeça
bronzeada de fraternidade
quandonde as aléias sem
azaléias
me voam raso e/ou taxiam
tortuosamentindo
rumo à gruta-agrura artificial
que já a curto prazo se avista
cansada
de ser buraco de se descer
horizontológico
quando o sol se põe atrás da
estação no inferno
ao objetivocaso mais grotesco
do que o que nos grita essa
gruta bocarrazão
Deméters por segundo sombra
donde o cimo tem uma
altura-queda
para o ar marchetado de aves
rupestres
criançando as brincadeiras
par A.k.a. Bar com o juízo de Deuzebu
entre as putas velhas mais
gordas do que o clamor louco
enraizadas no mundo d’arcana
décima sétima hora-treva
da árvore cujo fruto é ainda outra
árvore
que dá frutos em miração do caminho
do parquinho de sexofone
semeado de preservativos da
véspera
cujos velhosábios peripasseios
de Tirésias
e más companhias ilimitadas
das estatuazinhas aos quatro
ventos musicantes
que senti nelas a guarda e a
túnica baixa
que as oito leminiscatam
cardinalícias ao arcano redor
do verde-Cézanne mais central e
tão depressionista
de carpas e cágados e tudo que
nada a girarodar
nos dez ligados chafarizes na
hora e na vez
do chá inglês fazer risos antes
que eu me esqueça
ante os alvos tesões em branco
em cada pau incircunciso
doente de ouro ou romances de
copo e espodo(mancia)
nos quais delira cada uma das verves
das retaguardas artísticas ao
passar
no alto capitaneando o coração
de carne
por sobre a mágica banda no
coreto
das aposentadorias anacoretas
fazendo e feito dominó
quando da passagem do
psicotrópico de capricórnio
soterrados por estas minhas folhas
no último anil da abóbada celeste
esporeando o meio-pau dos
suicidas
que castraram a própria lida noutro
buraco
e eu a cavá-lo por um reino
troco de pé e demão
ao verouvir num au revoir de
pássaros
o rubromoinho de can-cansaço
da jovem mulher rara a se
aproximar de mim
e ela minha truta se quer ar
agonizar
camponesa do Pari que é
a me replicar cada ditirambo
do principal clown-dio da poesia brasileira
que vejo bem ali n’adjacência alucinante
da cicatriz de X
que ela tem na brecha da face
visível
que me desmascara e até dá algum
barato no labirinto
quando às seis os apitos da
segurança tentam avisar
este par que fecha
entrei no seu inf(lux)o de cabeça, ou melhor, de ponta-cabeça ponta-cabeça, queda em construção sem fim: "Ut pictura poesis",a luz obscura/clara, perto, em mim.
ResponderExcluirLia Testa
Adorei a visita e as palavras, Lia. Beijo textual.
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