A minha mulher tem dois éles
e se desloca elástica em mim
e voa
para dentro do próprio sangue
por
fora do corpo e de si
quando
me ama
e
dança.
Jovem virgem que lê e dança a
mais bela
minha namoramada mulher
quer me desposar
quer-me na primavera.
Quero-lhe o hímen, a mão, o sim e
o sim.
Quero-a então para sempre só
para mim.
Tira-me do sério (ó Destino)
e para
dançar fora dos livros. E ela lê e me lê com éles nos óculos-
ósculos
tranquilométricos
e me ama. Amo-a. Ela tem asas
nos olhos e nos éles do meu amor
sem calcinha. Ela é só minha.
Bela
musa virgem se isso é possível não é possível depois de mim:
ela a quem sempre amar à
primeira vista,
sangrada
pelo poeta-plateia,
volta
ao corpo a escrever nua no ar
o poema
que com dois éles me cala
ilegível
no infalível fim que se infla
com quem
é o escolhido a deflorá-la.
Ela a
mulher artista a melhor conquista a única que desejo cantar
pois
este fauno alcançou sua ninfa.